Alguém que queira manter uma aparência saudável e bem cuidada jamais negligencia as unhas. Afinal, as mãos são um importante cartão de visitas. E isso vale para pessoas de ambos os sexos, em qualquer faixa etária.
E, se as mãos têm todo esse protagonismo, as unhas dos pés, por sua vez, também falam muito sobre a nossa higiene e nosso zelo com os cuidados pessoais e também sobre a nossa saúde. Sim, as unhas refletem muito do estado geral do organismo!
Problemas que afetam a aparência e a força das unhas podem estar ligados tanto a fungos e bactérias que afetam diretamente essas estruturas, quanto a questões como má alimentação e, até mesmo, ao nosso estilo de vida.
As unhas são compostas de um material chamado queratina – essa é a mesma substância que também dá origem aos pelos. Sua função é proteger a parte da ponta posterior dos nossos dedos.
O formato normal das unhas é levemente mais elevado no centro, caindo em curva para a ponta. Unhas que nascem com outro formato, com ondas ou desníveis, por exemplo, sinalizam a presença de alguma anomalia.
Relativamente à coloração, as unhas devem ser transparentes em toda a parte que fica colada ao leito ungueal e branca na extremidade.
Unhas com alterações de coloração, com manchas esbranquiçadas ou escuras, tons amarelados ou esverdeados;
Unhas que se apresentam quebradiças;
Unhas com sulcos ou estrias verticais;
Unhas que nascem deformadas.
Em todas essas situações é muito importante passar pela avaliação do dermatologista.
Medidas paliativas, com receitinhas caseiras, métodos "milagrosos" ensinados em salões de beleza e, até mesmo simpatias para dar força e vitalidade às unhas, não só não resolvem como podem mascarar doenças que estão danificando as suas estruturas. A análise das unhas é uma componente importante da consulta dermatológica.
Lesão por esmagamento. Além de traumas diretos por carga ou pancada, as unhas dos pés principalmente podem sofrer muito no dia a dia, pois o uso contínuo de sapatos apertados pode deformar e danificar permanentemente essas estruturas;
Infecções causadas por fungos, bactérias, ou verrugas virais também são comuns tanto nas unhas dos pés quanto das mãos;
Algumas doenças sistêmicas também podem afetar diretamente a saúde das unhas. Seu estado pode denunciar a presença de patologias como: doenças renais, problemas cardíacos e doenças hepáticas;
O uso contínuo de determinados medicamentos também pode afetar a saúde das unhas;
O avanço da idade também tende a levar ao enfraquecimento das unhas, sendo, muitas vezes, recomendável o uso de suplementos que possam fortalecer essas estruturas.
Uma vez devidamente diagnosticado os problema que afligem as unhas, o tratamento poderá ser feito com medicações orais ou de uso tópico. Existem também importantes intervenções que podem ser feitas em consultório, de forma combinada ou não com o tratamento medicamentoso, dentre elas destacam-se:
Tratamento com Luz Emitida por Diodo (LED): geralmente é utilizado como um tratamento complementar ao uso de medicações orais ou tópicas. Nesses casos, a LED costuma ser aplicada para potencializar a ação da substância azul-de-metileno, aplicada como medicamento sobre a superfície das unhas afetadas;
O tratamento com laser (Nd:Yag 1064nm) também é uma alternativa para o tratamento de unhas atingidas por fungos. O processo é bem parecido com o da aplicação da LED, sendo que também pode ser utilizado em conjunto com terapia oral ou tópica ou como tratamento isolado, no caso de pacientes com contraindicações à medicação oral.
Outro importante procedimento no tratamento de unhas que apresentam alterações é a realização de biópsias. Nesses casos é retirado um fragmento longitudinal, de no máximo 3mm do leito ungueal, que deve ser enviado para análises laboratoriais.
O dermatologista pode realizar a biópsia das unhas de um paciente sempre que estiver diante de um quadro em que apenas o exame clínico não é suficiente para fechar um diagnóstico.
As biópsias de unhas geralmente são realizadas em situações que pretendam investigar a presença de quadros como tumores, melanoníquia estriada (depósito excessivo de melanina nas unhas, causando manchas escurecidas) e distrofias ungueais (alterações de formato das unhas). A biópsia das unhas também indicada para o diagnóstico de psoríase e de líquen plano, caso toda a unidade ungueal se encontre envolvida.
O tratamento cirúrgico é geralmente recomendado quando as unhas criaram uma deformidade que pode afetar a destreza e o conforto do paciente, causando, por exemplo, dificuldade para caminhar ou para manusear objetos, além de dores.
O crescimento irregular da borda lateral das unhas, pode ferir a pele adjacente, causando dor e inflamação. Esse quadro é chamado de onicocriptose e popularmente conhecido como “unhas encravadas”, sendo um dos grandes causadores de desconfortos e complicações nas unhas dos pés.
Geralmente, as “unhas encravadas” ocorrem devido ao corte incorreto das unhas ou por uso de sapatos apertados. Quando não é tratado devidamente e de forma preventiva, o quadro pode levar a infecções graves e à necessidade de intervenção cirúrgica. O corte reto das unhas, sem cortar ou arredondar os cantos, é fundamental para evitar o problema.
Unhas saudáveis estão em constante crescimento e renovação, exigindo cuidados constantes, para se manterem higienizadas e funcionais. Além disso, culturalmente, as unhas são também um ponto importante na estética, sendo alvo das mais diversas intervenções que, hoje em dia, não se limitam mais somente ao esmalte e à retirada de cutícula. Vejamos, então, alguns cuidados essenciais com as unhas:
As unhas podem ser importantes veículos de contaminação e autocontaminação. Ao lavarmos as mãos, sempre que possível, é importante dar atenção especial às unhas, sendo que pessoas que lidam com manipulação de alimento ou cuidados de saúde devem sempre escová-las com uma escova especial para essa finalidade;
Unhas grandes podem ser vistosas, mas seu tamanho exagerado dificulta a higiene, podendo torna-las um foco de contaminação, além de prejudicar a destreza. Unhas em tamanho médio, quando bem cuidadas, são o ideal;
Os equipamentos de cuidados com as unhas devem ser preferencialmente pessoais e intransferíveis. No caso dos salões de beleza, o consumidor tem o direito de exigir que os materiais de uso comum sejam esterilizados ou descartáveis;
Recomenda-se também que os esmaltes não sejam compartilhados. O ideal é que cada cliente leve o seu próprio esmalte de casa, pois, diferentemente do que muitos acreditam, o produto NÃO é capaz de matar fungos causadores das micoses (os fungos podem permanecer vivos por até 6 horas dentro dos esmaltes);
A retirada de cutículas deve ser a mínima possível, porque essa é uma área de proteção importante para as unhas;
Unhas de gel ou porcelana devem ser evitadas, pois além de enfraquecer a unha que está por baixo, podem camuflar micoses ou outras doenças das unhas.